•   BISAVÔ  
  • 1771
  • Bernard He***     12  Filho(s)

    1771    15/09/1835
    Anna Katha***
  •   AVÔ  
  • 1820
  • Gerhart He***     7  Filho(s)

    1820    01/01/1885
    Anna Catha***
  •   PAIS  
  • 1855
  • Johann Hei***     10  Filho(s)

    1855    19/10/1903
    Catarina A***
  • 1898
  • Leonardo H***

      1898      29/03/1983
      São Martinho do Capivarí

    FREI MATEUS HOEPERS, O. F. M.
    Por Frei Clarêncio Neotti, OFM
    Ficha Biográfica

    “31 de outubro de 1898: nasce em São Martinho do Capivarí, SC. Filho de Henrique Hoepers e Catarina Arns. Nome de Batismo: Leonardo.

    20 de maio de 1908: entra para o Seminário Franciscano de Blumenau. 17 de janeiro de 1915: recebe o hábito franciscano e inicia o noviciado, com o nome de Frei Mateus.
    20 de janeiro de 1916: profissão simples. 1916 e 1917: estudos de Filosofia. 1918 a 1921: estudos de Teologia. 1° de novembro de 1919: profissão Solene.
    6 de março de 1921: ordenação Sacerdotal, em Petrópolis. 19 de março de 1921: primeira Missa Solene, em Forquilinha.
    Abril de 1921: interrompe o estudo de Teologia para ser professor na Escola Gratuita São José, Petrópolis. Assume a direção da Congregação Mariana e da Ação Católica.
    Fevereiro de 1922: sem deixar a escola, reassume os estudos de Teologia. 12 de dezembro de 1922 – embarca para Moresnet, Bélgica, para ser Prefeito de disciplina no Seminário que lá mantinha a Província Brasileira da Imaculada Conceição.
    Agosto de 1924: transfere-se com seminaristas e comunidade para Garnstock, ainda na Bélgica, e com o mesmo cargo.
    Julho de 1929: visita Roma, Assis e Pádua.
    Outubro de 1930: vai para Lovaina com a intenção de doutorar-se em Filosofia. Interrompe o estudo.
    Abril de 1931: transfere-se para Friburgo na Brisgóvia, Alemanha, para doutorar-se em Exegese Bíblica.
    8 de novembro de 1933: defende a tese “Der Neue Bund bei den Propheten”. 9 de novembro de 1933: inicia a viagem de volta, via Lourdes, para embarcar no navio em Barcelona.
    12 de dezembro de 1933: chega ao porto do Rio de Janeiro e recebe transferência para o Seminário São Luís de Tolosa, Rio Negro. Professor de grego, francês e latin. Páscoa de 1934: transferido para Curitiba. Professor de Direito Canônico e Teologia Moral. Assume a direção da Congregação Mariana, de Curitiba.
    Fevereiro de 1935: deixa de lecionar Direito Canônico para assumir a cadeira de Teologia Fundamental.
    15 de janeiro de 1936: eleito pelo Definitório definidor para completar o mandato de Frei Carlos Bandeira de Melo, nomeado prelado de Palmas. 11 de dezembro de 1937: eleito vice-Provincial.
    1938: governa a Província, por não poder regressar ao Brasil o Provincial Frei Marcelo Baumeister, retido na Europa por um ano inteiro, por causa da guerra. 16 de janeiro de 1941: eleito Ministro Provincial. Transfere o Provincialado para São Paulo (Pari).
    Janeiro de 1943: nomeado Visitador do Comissariado do Mato Grosso. Agosto/Setembro de 1943: decide construir o Seminário Menor de Piarí do Sul.
    Janeiro de 1944: nomeado Visitador da Província de Santo Antônio.
    Final de 1944: transfere o Provincialado para o Convento novo de São Francisco, no Largo de São Francisco.
    21 de janeiro de 1945: transferido para Petrópolis, como guardião, professor de Teologia, prefeito de estudos, diretor da Ordem Terceira e responsável pela Ação Católica.
    17 de janeiro de 1948: recebe o cargo de vigário do convento de Petrópolis, professor de Exegese, prefeito de estudos, mestre de irmãos e diretor da Ordem Terceira.
    17 a 19 de julho de 1955: encontro Nacional, em Ipanema, da OFS. Resolve-se criar um Secretariado Nacional.
    Janeiro de 1956: o Definitório o nomeia Comissário Provincial para a OFS.
    Maio de 1956: a Vozes edita o Novo Testamento, tradução dos originais feita por Frei Mateus.
    5 de fevereiro de 1956: eleito Presidente da Conferência Nacional dos Comissários Provinciais da OFS.
    8 de fevereiro de 1956: eleito Secretário Nacional da OFS.
    Janeiro de 1957: transferido para Ipanema, Rio de Janeiro e liberado para a OFS.
    7 de maio de 1957: instala o Secretariado Nacional na Casa Nossa Senhora da Paz, em Ipanema.
    15 de dezembro de 1958: lançamento oficial da revista ilustrada “Paz e Bem”. Compra de um imóvel para a Sede Nacional do Secretariado.
    Outubro de 1961: Frei Mateus entrega a administração da Revista “Paz e Bem” a Frei Leovigildo Balestieri, que lhe troca o nome para Painel Brasileiro.
    27 de julho de 1962: entrega também a redação da revista. Continua, porém redator do Boletim Paz e Bem, órgão de formação interna.
    20 a 25 de agosto de 1963: Congresso Nacional da OFS em São Lourenço. 17 de janeiro de 1965: completa 50 anos de vida religiosa.
    7 a 13 de fevereiro de 1966: Congresso Nacional da OFS em Caxias do Sul.
    28 de julho de 1968: ciração da Conferência dos Terciários Seculares Franciscanos do Brasil (depois chamada Conselho Nacional Interobediencial da OFS).
    17 a 21 de junho 1970: decidem as três Obediências elaborar um projeto de unificação.
    6 de março de 1971: 50 anos de padre. 20 de dezembro de 1972: os Ministros Gerais aprovam a unificação.
    1973: publica, pela Vozes, o roteiro de Formação dos Franciscanos do Brasil. 17 de janeiro de 1975: 60 anos de vida religiosa.
    13 de maio de1978: deixa definitivamente o Secretariado Nacional.
    1979: publica, pela Vozes e CEFEPAL, o Novas Fraternidades Frenciscanas Seculares. Começa a redigir, a pedido, suas memórias.
    6 de março de 1981: 60 anos de sacerdócio.
    Outubro de 1982: publicam-se as primeiras páginas das memórias na Vida Franciscana, sob o título “Passos de Vida Franciscana”.
    29 de março de 1983: entrada na Eternidade de Deus.

    Alguns depoimentos sobre Frei Mateus na despedida fúnebre

    Frei Neylor J. Tonin, OFM
    “Frei Mateus foi um irmão, um irmão querido, uma benção, um confrade bom e bendito. Sua vida foi uma página rica e bonita. O caminho, percorrido por ele, foi fecundo e bem-aventurado. Não queremos, por isso, chorar, hoje embora sentindo a dor de sua partida. Antes, queremos agradecer a Deus pelo dom de sua vida, um vitral atravessado de luz. São Francisco, sua paixão, que cativou e o fez viver, agir e cantar”. .....”Já, nos últimos tempos, Frei Mateus costumava repetir a respeito das pessoas, uma gíria que lhe davam um especial ar de graça: Jóiinha ! Dizia: “O Frei José (que o atendia) é jóiinha ! O Frei Aristides (que o ajudava nos banhos) é jóiinha !” Todos para ele eram “jóiinha”. Pois é, Frei Mateus, o senhor também foi “jóiinha” e nós todos sentiremos muitas saudades suas”.

    Juarez Montenegro Cavalcante – médico
    “Assisti, como médico, ao Frei Mateus Hoepers e sua senescência. A diminuição das forças vitais constitui o sinal do envelhecimento psíquico normal. Constatei imediatamente que sua memória estava enfraquecida, retardo o seu pensamento, acentuado os traços de caráter, com tendência à rigidez mental e afetiva e hábitos estratificados. Encontrei-o numa contemplação retrospectiva da vida, acompanhando com resignação as suas limitações vitais e à espera da irmã morte com serena aceitação, conformidade e plena realização vocacional, numa atitude de entrega aos desígnios de Deus”.

    D. Paulo Evaristo, Cardeal Arns
    “Devia ser lá pelo ano de 1933: a primeira vez que ouvia falar de Frei Mateus, de maneira a guardar-lhe o nome. Seus irmãos formavam roda com outros colonos e conversavam sobre os estudos de Frei Mateus. A grande novidade: para ser doutor, ele devia escrever ao menos um livro de 90 páginas. Outro logo entrou na conversa, dizendo: “Se me lembro bem, o escrito dele ter quase a grossura de nosso manual de orações. Imaginem, um homem fazer isso sozinho !”. Meses depois, em véspera de Natal, estava Frei Mateus em carne e osso na Capela do Coração de Jesus, diante de nós todos. Bastou abrir os registros de sua voz melodiosa, para abalar a colônia inteira. “Deu para ouvir até a ponte !” – foi o comentário. Era esse o maior louvor que um pregador podia conquistar, naquele tempo, em nossa terra. Embora todos os Hoepers fossem tidos como inteligentes, para nós, garotos de 10 e 12 anos, Frei Mateus parecia o maior fenômeno humano jais imaginado. O orgulho da “terrinha”. Mas ele nascera nas cercanias da Capela de São Martinho do Capivari e não em Forquilinha. Foi lá que pude medir uma segunda vez o conceito de que ele gozava. Foi na missa de nosso parente comum, Frei João Evangelista Steiner. No final da celebração, consegui entender-me com o tio Pedro, pai de Frei João Evangelista, cuja surdez apenas era vencida pela amabilidade: Frei Mateus sim – começou ele – sabe pregar. Eu não consegui ouvir, porque não ouço nada mesmo. Mas basta olhar para ele, e se entende tudo !”. Se possível dizer de alguém que a mensagem nele se personifica – esse alguém foi, para nós, Frei Mateus. Em muitos sermões e conferências, talvez não dissesse grande novidade, pois lhe custava assimilar novidades. Na entanto, o que dizia carimbava com sua voz e com todo o peso de sua personalidade. O sermão era ele mesmo. Realizou o que o Bispo lhe recomendou, na Ordenação: “Transmite a todos a Palavra de Deus que recebeste com alegria. Meditando na Lei do Senhor, procura crer no que leres, ensinar o que creres e praticar o que ensinares”. (Rito da Ordenação de Presbíteros). Celina Braga de Campos – Assistente “Era o religioso das Bem-Aventuranças: coração pobre. Humilde. Desprendido. Cheio de fome de Deus. Pronto a ouvir e consolar a todos. Fácil no perdão. Marcado com o dom da verdade, corajosamente apontava os erros com mansidão. Compreensivo e misericordioso, sorria sempre com pureza de criança”.

    Pedro Macário
    “Segundo Sylvio Carvalho, ele era a alma de mais 80% do corpo de PAZ e BEM, desde o início – animando escrevendo, revisando, orientando na impressão e ajudando na distribuição ao lado de irmãos como Moacir Fonseca e Aílton Almeida, o “irmão bronquinha”, ambos já falecidos, e também Mariana Bastos e Yara Macedo de Oliveira, entre outros irmãos que o ajudaram em seu trabalho admirável de comunicador”.

    Yara Macedo de Oliveira
    “Conheci mais de perto, Frei Mateus Hoepers quando vim trabalhar no Secretariado Nacional da OFS, em 1959. Era um frade bastante alto e gordo como vocês devem estar lembrados. Confesso que nos primeiros meses de trabalho tive medo dele. Pois me dissera que não admitia esquecimento e impontualidade. Esforcei-me o máximo para não ser repreendida”.

    Maria Tereza P. das Neves
    “Apoiávamos o esforço perseverante, humilde e teimoso pela união das Obediências da Ordem III. O tamanho do nosso Frei era respeitável, o outro parecia esmagado, mas vi que o gesto era carinhoso. Com a mesma voz potente e serena, quando propôs a paz entre religiosos em litígio na divisão de suas terras. Não marcar limites, não levantar cercas e muralhas, antes derruba-las. Falava calmo. Não sentenciava. Lembrava apenas o fato”.

    Carlos Wellington de V. Barreto
    “Frei Mateus era puro, simples, sábio e humilde, cordato e amigo de todos. Não sabia guardar ressentimentos. A OFS era a menina de sus olhos”.

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